Uma história de amor e fúria

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“Viver sem conhecer o passado é andar no escuro”.
Essa é a mensagem principal do filme ‘Um história de amor e fúria’, de Luiz Bolognesi, que chegou aos cinemas dia 5 de abril de 2013.

Na trama, Selton Mello dá voz ao personagem principal, na Guanabara de 1560. Ele é um índio tupinambá que precisa proteger sua amada, Janaína (voz de Camila Pitanga), e os poucos sobreviventes de sua etnia, das maldades dos portugueses.
Com um quê místico, o homem sobrevive sempre que a morte o encontra.
Janaína reaparece em sua vida no corpo de outras mulheres ao longo dos anos, enquanto o homem passa por movimentos políticos importantes, como a balaiada, que aconteceu no Maranhão e deu origem ao cangaço.

O amor dos dois personagens é forte e puro, e as dificuldades impostas pelo tempo são o fio condutor da melancolia do personagem de Selton.
Ele fez diversas indagações importantes, por ser também o narrador da história, enquanto conduz o espectador pelos dois últimos trechos da história: a ditadura militar em Maio de 1968 e a luta pela água potável, no Rio de Janeiro de 2096.
O povo é sempre oprimido, marginalizado, e os personagens de Selton e Camila são fortes e corajosos, mesmo durante as torturas militares.

Feito em animação 2D, o filme marca a estréia de Bolognesi como diretor.
Sua esposa Laís Bodanzky (de ‘As Melhores coisas do Mundo’) atua como produtora.

Rodrigo Santoro faz uma pequena participação como líder da tribo tupinambé que enfrenta o personagem de Selton.
Os efeitos especiais são excelentes, aguçando a linguagem em HQ.
A trama é ágil, inteligente e o cunho político torna a narrativa ainda mais interessante. Na trilha sonora, Nação Zumbi, Cidadão Instigado e Camila Pitanga, cantando ‘Morada Boa’.

Cotação: Muito bom

Ideal para: fãs do cinema nacional; fãs de Selton Mello; fãs de Camila Pitanga; pessoas que gostam de filmes políticos