O ano que vai nascer inicia com o melhor do ano que hoje fecha as cortinas. A partir do dia 6 de janeiro, o Centro Cultural Banco do Brasil sedia a já tradicional ‘Mostra Os Melhores do Ano’, que completa 12 anos de trabalho diligente com a exibição de filmes e a promoção de debates.
A lista é sempre escolhida de forma criteriosa pela Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ) em votação com dezenas de críticos que veiculam suas opiniões em jornais, revistas, blogs, rádios e televisão. Este ano a escolha seguiu uma tendência internacional de alçar ao panteão de melhor filme de 2015 ‘Mad Max: A Estada da Fúria’, dirigido por George Miller. O filme também foi escolhido o melhor do ano pela Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica (FIPRESCI) e constou da lista de revistas consagradas como ‘Cahiers du Cinema’ e ‘Sight and Sound’.
Além do espetáculo hipnótico de som, fúria, sangue e areia protagonizado por Charlize Theron, a escolha dos Melhores do Ano espelhou a diversidade exibida nas telas em 2015, destacando, entre outros, tanto a dissecação de uma relação sadomasoquista entre diretor e atriz, presente no ótimo ‘A Pele de Vênus’, do tarimbado Roman Polanski, até a inspirada transformação da mente de uma criança em parque de diversões, tema da mais recente, e bem-sucedida, animação dos estúdios Pixar, ‘Divertida Mente’.
Também estão lá obras de estrutura intricada como o primeiro episódio da trilogia ‘As Mil e Uma Noites’, de Miguel Gomes, e o rebuscadíssimo ‘Sono de Inverno’, de Nuri Bilge Ceylan, Palma de Ouro em Cannes 2014, filmes que dão robustez à Mostra. Dentre os brasileiros, o escolhido foi ‘Que Horas Ela Volta?’, de Anna Muylaert, crítica agridoce à divisão de classes nos salões da elite brasileira. A se lamentar apenas a ausência de um documentário sequer. Mas isso com certeza será corrigido em 2016, que trará biografias memoráveis de Marlon Brando, Ingrid Bergman e Steve McQueen que com certeza cavarão espaço na próxima lista. A todos, um ano cinematográfico.
