Wagner Moura declara: “É mais do que o filme do cara gay”

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Wagner Moura recebeu grandes amigos na pré-estreia de seu mais novo filme, “Praia do Futuro”, na noite de segunda-feira (5), em um cinema do Leblon.

No filme, Wagner interpreta o salva-vidas Donato, que trabalha no perigoso mar da Praia do Futuro, em Fortaleza.
Um dia, Donato livra o turista alemão Konrad (Clemens Schick) de uma situação extrema e os dois começam um romance.

Donato larga tudo no Brasil, inclusive o irmão mais novo, Ayrton (Jesuíta Barbosa) e parte para Berlim com o novo amor. “Ele deixa para trás uma criança e a vida inteira, o que pra mim é muito difícil, porque eu sou pai de três meninos, e ele abandona um menino. E o menino retorna para cobrar 10 anos depois”, contou Wagner.

O relacionamento gay presente na ficção, segundo o ator, é apenas um detalhe no meio de uma história tão complexa. Wagner tem cenas ousadas com Clemens, aparece completamente nu, mas dá o tom certo do que merece ser discutido em cada momento.

“Eu vejo duas formas de falar disso. Uma: politicamente, falar de uma relação homossexual com naturalidade é bom. A gente sabe que ainda existe preconceito pra caramba, que homossexuais ainda são assassinados, mas eu acho que politicamente é importante que se fale disso com naturalidade”, comentou o ator.

Ele continuou: “Eu falo disso com meus filhos com naturalidade. Ou talvez não. Eu sou muito amigo de Jean Wyllys e talvez ele discorde disso. Mas tem outra dimensão que é dramática, dramatúrgica.
Não seria justo dizer que o filme é do cara gay, porque é muito mais do que isso. O fato de ser gay não é questão, problema. É também a tônica, mas não é só isso”.

Jesuíta, revelação na série da Globo “Amores Roubados” e premiadíssimo pelo longa “Tatuagem”, completou a resposta sobre a mensagem de “Praia do Futuro”, que foi um dos dos indicados deste ano à mostra competitiva do Urso de Ouro, no Festival de Cinema de Berlim.

“O filme foi muito bem recebido lá. Ele tem um tempo diferente, tem silêncios. O fim é muito delicado. Não tem essa ovação, as pessoas recebem em outro ritmo. É aquele tipo de filme que você tem que ver de novo, sabe? Você regurgita, depois você tenta entender de novo. Eu gosto de ver novamente, e cada vez eu vejo um negócio diferente”, disse.

O jovem ator, que está em seu segundo longo trabalho, explicou um pouco mais sobre seu personagem. “Ayrton aparece com uma sensação de abandono. Para o Donato é como um fantasma. Ele aparece querendo saber o que aconteceu. Ao mesmo tempo, ele se vê em um lugar diferente e começa a se questionar como homem. Não é só essa relação de irmão para irmão. É dele com ele mesmo. Ele acaba entendendo o porquê do irmão ter ido embora e cria novas questões”, falou.

E além de saber lidar com os silêncios que o roteiro guarda, Wagner Moura precisou superar outra dificuldade para o papel de Donato: o mar.

“Passei muito tempo fazendo o treinamento com os salva-vidas da Praia do Futuro, e é um treinamento bem duro. Eu não sabia nadar bem, e a praia é muito perigosa. No Rio, eu comecei a fazer aula de natação, mas o negócio mesmo foi lá, que eu nadei mesmo no mar. Foi dificílimo”, afirmou.

 

Aulas de espanhol

O próximo projeto de Wagner é uma série intitulada “Narcos”. A direção é do amigo José Padilha, diretor de “Tropa de Elite 1 e 2”. “Se passa toda na Colômbia e é sobre o Pablo Escobar”.

Para viver o traficante colombiano, o ator está trabalhando pesado nas aulas de espanhol. “É muito parecido com o português, e isso atrapalha muito, porque a gente acha que sabe falar, mas não fala porra nenhuma em espanhol (risos)”, brincou.

 

 

 

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