Crítica: ”Isaura Garcia – O Musical”

O musical acompanha Isaura, cantora de rádio que alcançou projeção nacional nas décadas de 1940 e 1950, desde o início da carreira até seus últimos dias de vida.

Nascida no italianíssimo bairro do Brás, ela costuma ser mais lembrada pela gravação do samba-canção ”Mensagem” (Cícero Nunes e Aldo Cabral, 1946), e na primeira fase, da adolescência, é interpretada por Kiara Sasso (famosa pelos musicais ”O Fantasma da Ópera” e ”A Noviça Rebelde”). Isaura sempre quis cantar na rádio, mas contra a vontade do pai, que era violento e não aceitava que a filha fosse uma ”mulher da vida”.

Isaura era alegre, cheia de personalidade, gostava de beber e muito cedo se envolveu com um homem mais velho, interpretado por Leonardo Bricio, que era ciumento e a agredia. Um pouco após o meio do espetáculo, a cantora passa a ser interpretada por Soraya Ravenle (”Um Violinista no Telhado”), quando, mais velha, Isaurinha se envolve com Walter Wanderley, o grande amor de sua vida.

Rosamaria Murtinho (”Isaurinha Garcia Personalíssima”, ”Chiquinha Gonzaga”) é a narradora da peça, e vai contando ao público os sentimentos que permeavam a vida da cantora até sua morte, aos 70 anos.
Isaura sofreu muito, e sempre usou sua dor para cantar e mostrar sua arte.
O musical é lindo, muito bem montado e emociona. As três atrizes estão muito bem em cena e conseguem retratar com perfeição a vida de uma das mais importantes intérpretes de nossa música.

Escrito por Júlio Fischer, o musical tem direção geral de Jacqueline Laurence, produção e direção artística de Rick Garcia, neto da cantora, do ator Klebber Toledo e Márcia Martins.

Cotação: Muito bom

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SERVIÇO:
Teatro Oi Casa Grande. Av. Afrânio de Melo Franco, Leblon. R$ 50 a R$ 150.
Qui, às 20h. Sex, às 20h. Sáb, às 17h30 e às 21h. Dom, às 18h.
130 min. 12 anos. Até 14 de outubro de 2018

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