Crítica: ”Palm Royale” [1ª temporada]

Uma das jóias escondidas no catálogo da Apple TV, a série de época se passa em 1969 nos EUA, num momento bem específico onde o movimento feminista estava em alta — a queima simbólica dos sutiãs tinha acontecido em 1968. Não havia redes sociais, mas as bancas de jornais viviam lotadas de revistas estampando o cotidiano dos artistas e das elites em geral.

A protagonista, Maxine Simmons (a comediante Kristen Wiig), vem de uma cidadezinha do Tennessee. Tentou ser miss, mas não foi longe e não conseguiu muita coisa na vida, a não ser o casamento com Douglas, que aparece depois de alguns episódios. O casal é muito feliz e não tem filhos.

Seu maior sonho é ser sócia do clube Palm Royale e amiga das ricaças da cidade – para isso, ela irá apelar para tudo o que puder, inclusive pular o muro do clube.
Muito vaidosa e leitora voraz da página de fofoca do jornal da cidade, o ”The Shiny Sheet”, ela sabe tudo sobre o grupo de mulheres que venera. As tais mulheres, entretanto, a desprezam profundamente e querem barrar seu acesso ao clube.

De início, a série parece bobinha, mas conforme a trama vai se desenrolando, novas nuances surgem: aborto, crises conjugais, dramas familiares e até um mistério envolvendo a socialite Norma (Carol Burnett), que está em coma. 

Maxine é completamente louca e defende bandeiras tortas, mas o espectador se compadece de suas derrotas: ela está na pior ponta da “cadeia alimentar” de Palm Beach – e você torce por ela.
Fazem parte do elenco Laura Dern (também produtora), o pai dela, o premiado Bruce Dern, Carol Burnett, Leslie Bibb e Ricky Martin. Não deixe de conferir.

Cotação: Muito bom