The Crown S4. Picture shows: Prince Charles (JOSH O CONNOR) and Princess Diana (EMMA CORRIN)

Crítica: ”The Crown” [4ª temporada]

Com 3 personagens femininas fortes, a nova temporada de ”The Crown” é sem dúvida a melhor de todas. A série estreou em 2016 e faz grande sucesso.
A trama segue a família real britânica e mostra a chegada avassaladora de Diana (Emma Corrin), que virá a se casar com o príncipe Charles. Também conhecemos o governo de Margareth Tatcher (Gillian Anderson), que foi duramente criticado na época.

Com essas duas personagens, fica difícil para Elizabeth (Olivia Colman) brilhar, mas ela consegue tal feito em suas cenas com seu filho Charles (Josh O’Connor). Fica claro durante toda a série que o primogênito da rainha sofre com a falta de afeição da mãe, que tem medo que ele faça a escolha errada e junto de toda a família, praticamente o força a criar um relacionamento com a jovem Diana. O embate dos dois nos últimos episódios é essencial para entender os ressentimentos do jovem.

A diferença de idade entre os dois era gritante, e como se não bastasse, o coração de Charles já tinha dona: a implacável Camila Parker-Bowles, nessa época já casada com Andrew e mãe de dois filhos. A dinâmica desse trio é muito interessante de ser observada.
A série, de forma rápida, mostra todo o envolvimento de Lady Di com a família real, desde o primeiro encontro com Charles até os ensinamentos de boas maneiras, sua mudança para o palácio, a perseguição da mídia, mas vai ainda mais a fundo ao fazer um claro paralelo visual com sua chegada à realeza e um cervo que estava na mira da família real em uma de suas famosas caçadas, num dos melhores episódios da temporada.

Já Tatcher, com seus cabelos cheios de laquê, chega na série para ser o oposto de Elizabeth: filha de um pequeno comerciante, era estudiosa e conseguiu uma bolsa na Universidade Oxford, onde estudou Química. Ainda na faculdade começou a trilhar seu caminho na vida política. Ela se tornou primeira-ministra em 4 de maio de 1979, e ter uma mulher no poder foi muito bem visto por Elizabeth, mas logo ela percebe que Thatcher está longe de ser quem ela imaginava (o primeiro diálogo oficial das duas merece ser visto).
Além de impopular, a líder da oposição enfrentou um desafio pessoal quando seu filho sumiu no deserto nos anos 80. Mark Tatcher passou seis dias perdido no deserto do Saara, mas foi encontrado junto ao seu time, enquanto participam do rali Paris-Dakar.

A série acerta aos misturar os dramas pessoais da família mais famosa do mundo e contar fatos da recente política mundial, sempre tentando humanizar os personagens. A série é bem feita, relevante e é sem dúvida uma das melhores produções da Netflix. Não deixe de conferir.

Cotação: Muito bom