Lista: Os 10 melhores filmes de Steven Spielberg

Steven Spielberg é um ícone. Para muitos, o diretor é uma lenda viva do cinema, indicado sete vezes ao Oscar de Melhor Direção (por enquanto). Ele também é produtor de obras icônicas, como a trilogia De Volta para o FuturoOs GooniesPoltergeist: O Fenômeno – entre outras que já somam perto das duas centenas.

Os trabalhos de Spielberg são, geralmente, de uma imersão extremamente orgânica, misturando narrativa e linguagem de uma maneira muito sólida, capaz de entreter tanto apreciadores de Transformers  a quem prefere algo menos efusivo. O diretor é capaz de transitar entre diversos gêneros e, claro, dar um ritmo cadenciado sempre em sintonia com a história contada — seja ela realista ou fantasiosa.

Entre os 36 longas-metragens dirigidos por Spielberg, separamos 10 que escolhemos como os essenciais de uma carreira tão prolífica:

10. Encurralado

Encurralado - 1971 (Resenha) | Canto dos Clássicos

Feito para TV, o segundo longa-metragem de Spielberg acompanha um sujeito que viaja a negócios e, ao tentar ultrapassar um caminhão petroleiro, vê-se perseguido e aterrorizado pelo motorista.

Encurralado é a essência do diretor. Ainda sem muito suporte da indústria hollywoodiana, ele soube usar dos mais diversos recursos visuais possíveis a seu favor. Com isso, a atmosfera de suspense grita na criação, especialmente pelas escolhas estéticas: do motorista que o espectador só pode ver os pés à paisagem terrosa, de vegetação rala e, também, ao enorme caminhão enferrujado. Há, igualmente, detalhes no para-choque do “monstro” que são sinistros…

9. A Cor Púrpura

Após décadas de abusos do próprio pai e de outras pessoas, uma mulher negra luta para encontrar a sua identidade. Com essa premissa, Spielberg constrói um dos filmes mais empáticos já realizados.

Celie (Whoopi Goldberg) é uma personagem daquelas muito poderosas em nossas mentes. Ter a sensibilidade de sentir a sua história é como receber a força da humanidade inteira. Spielberg guia as cenas com tanto carinho e ternura que parece encontrar o equilíbrio emocional perfeito, fugindo dos melodramas exagerados e, ao mesmo tempo, sendo suficientemente forte.

8. Minority Report: A Nova Lei

Minority Report: a informação pode ser usada para o bem ou para o mal –  Biblioo

Contando com as costumeiras inquietações do diretor acerca do homem querer ser um deus, Minority Report: A Nova Lei traz uma história futurista, na qual uma unidade especial de polícia pode prender assassinos antes que eles cometam seus crimes. Nesse meio, um oficial dessa unidade (interpretado por Tom Cruise) é acusado de um futuro assassinato.

Lançado em um momento na qual a tecnologia ganhava mais e mais espaço na estética dos filmes, essa ficção científica, baseada em um conto de Philip K. Dick, é uma aula da utilização das ferramentas tecnológicas em prol da história. Enquanto alguns construíam seus trabalhos a partir dos aparatos computacionais, Spielberg sempre confiou na história, utilizando-se do restante como elementos operários. Minority Report é daqueles filmes em que estar grudado com os olhos na tela é fácil, passa rápido e é recompensador.

7. O Resgate do Soldado Ryan

Um dos filmes mais aclamados do diretor tanto pela crítica quanto pelo público, O Resgate do Soldado Ryan inicia a sua parceria com Tom Hanks trazendo a história de um grupo de soldados que vai além das linhas inimigas para resgatar um paraquedista cujos irmãos foram mortos em combate.

O poder da direção de Spielberg está tanto na grandeza dos seus blockbusters quanto no caráter minimalista que ele consegue dar às emoções dentro de obras tão agigantadas. Ele sabe fazer o espectador chorar melhor do que a maioria dos seus contemporâneos e, aqui, aproveita-se muito bem dessa sua competência. Mas as lágrimas não são um resumo da ópera que é esse filme. O Resgate do Soldado Ryan incorpora ideias. Com isso, após a sensação emocional imeditada — que ocorre durante a experiência de assisti-lo —, os questionamentos deixados pelo filme ficam, aumentam.

6. E.T.: O Extraterrestre

Why E.T. the Extra-Terrestrial is Steven Spielberg's most magical film |  South China Morning Post

Outro dos filmes mais empáticos de Spielberg, E.T.: O Extraterrestre tem uma visão tão linda do diretor que, facilmente, poderia ser aproveitado por qualquer animação produzida pela Disney/Pixar. Isso porque o filme pode ser visto pelas crianças de um modo e pelos adultos de outro, funcionando perfeitamente para qualquer idade e com cada faixa etária conseguindo captar o que de melhor tem essa produção.

Na história um menino reúne coragem para ajudar um alienígena amigável a escapar da Terra e retornar ao seu planeta. Aqui, Spielberg traz a visão de uma criança até mesmo em suas escolhas de planos, revelando sempre o mundo por um olhar em contra-plongée (de baixo para cima). Além disso, enquanto alguns filmes fazem pensar, outros são uma experiência sensorial e alguns promovem distração por meio do entretenimento, esse reúne tudo e demonstra claramente o quanto o cinema de Spielberg é completo.

5. Os Caçadores da Arca Perdida

Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida – Dir. Steven Spielberg  [Sessão Crítica] – Tecnoveste

Talvez, Os Caçadores da Arcar Perdida, de 1981, seja o ápice da diversão na carreira de Spielberg, estando facilmente entre as aventuras mais divertidas já realizadas. O diretor já compreendia bem o teor dos roteiros para optar por caminhos que pudessem transpassar o que de melhor havia no texto. Aqui, o arqueólogo, professor e aventureiro Indiana Jones (Harrison Ford) é contratado pelo governo dos Estados Unidos para encontrar a Arca da Aliança antes que os nazistas de Adolf Hitler possam obter seus incríveis poderes.

Tudo é competentemente descompromissado e o início já dita o tom: teias de aranhas gigantes, armadilhas, poços sem fundo, traição, pedra gigante rolando atrás do protagonista para esmagá-lo… então ele quase se afoga, rasteja em um avião (algo referenciado mais de uma vez na franquia Missão: Impossível) e, finalmente, diz do seu medo de cobras.

Os Caçadores da Arca Perdida é o exagero pelo exagero, mas com a força exuberante da direção de Spielberg. Ele sabe muito bem quais caminhos seguir para alcançar a suspensão da realidade por parte do público!

4. Contatos Imediatos de Terceiro Grau

Roy Neary (Richard Dreyfuss – que havia trabalhado com o diretor em Tubarão) é um eletricista que vê sua vida rotineira virar de cabeça para baixo após um encontro com um OVNI.
Apesar de não ser exatamente um suspense, Contatos Imediatos de Terceiro Grau talvez seja o filme mais hitchcockiano de Spielberg. Inclusive, a trilha sonora musical de John Williams é carregada de referências ao modo de Bernard Herrmann (parceiro costumeiro de Hitchcock) compor.

O controle da direção sobre o espectador é intenso e, ao mesmo tempo, discreto; a história permanece atual e é atraente, os efeitos especiais são absurdos para a época — e permanecem aos pés da perfeição com a restauração realizada para o aniversário de 40 anos do filme.

Contatos Imediatos de Terceiro Grau é um filme completo em carisma e emoção, um trabalho que só cresce em revisões e que, como curiosidade, conta com a atuação de um dos grandes cineastas franceses de todos os tempos: François Truffaut — um dos ícones da Nouvelle Vague.

3. Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros

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Há uma subversão de valores aqui que é essencial para entender o quanto o olhar de Spielberg — baseado no romance de Michael Crichton — pode ser original e contundente. Ao contrário do livro, porém, o filme não se apega às sugestões de que os dinossauros eram mais inteligentes e sociáveis do que se acreditava. A questão é que Spielberg tem poder suficiente para encantar qualquer criança — de qualquer idade — amante de dinossauros e conquistá-las pelos olhos: Afinal, como é ver um T-Rex?

O virtuosismo de Spielberg, nesse sentido, é fulminante. Quase todo o suspense está em quando e como os dinossauros aparecerão. Há toda uma sequência preparada para a aparição do gigante carnívoro que é digna das melhores cenas da carreira do diretor: a chuva, as luzes, as crianças sozinhas dentro do carro, a poça de água denunciando os passos da fera, os fios de tensão se partindo… Não importa, exatamente, o que acontecerá, o que é necessário é ver e ter a experiência de presenciar aquele animal.

Por essa perspectiva, o diretor jamais transforma os dinossauros em monstros. Eles são tratados com uma dignidade primitiva. Eles são feras, sim, mas os humanos, que brincam de ser deuses (mais uma vez batendo nesse ponto), são piores, são a culpa de todo mal. A vida existe, para o tiranossauro, para os raptors e para os demais na direção da sobrevivência mais literal. Isso pode ser muito claro desde as primeiras mortes humanas cometidas no filme: por raptors contra um humano que o deixa encarcerado e pelo próprio T-Rex contra um advogado inescrupuloso.

Em Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros, então, os “monstros” são os heróis. Isso se confirma nos minutos finais, quando, por mais que sejam atacados, os protagonistas humanos são salvos por seus perseguidores. Spielberg é um diretor cheio de esperanças que, verdadeiramente, acredita que ainda podemos ser bons.

2. Tubarão

Foi há 40 anos: 15 coisas que não sabe sobre o filme “Tubarão” – Observador

Tubarão é um clássico que parece sempre atual. Sendo somente o sexto trabalho de Spielberg em um longa-metragem, o filme já trazia todo o estilo entertainer do diretor de forma completa. Aliado aos seus sempre sugestivos comentários sociais e à sua competência artística, o filme (que teve a produção mais complicada da lista) acabou criando ou redefinindo o conceito de blockbuster.

Além de tudo, a composição de John Williams para a trilha sonora é das mais emblemáticas da história: um intervalo simples, entre duas notas, substitui a aparição do tubarão durante mais de dois terços das pouco mais de duas horas de duração. Sabemos que o bicho está presente e quem indica isso é a música. Tubarão é um clássico, um trabalho que moldou o cinema em mais de uma camada.

O filme, que é de 1975, demonstra, ainda, a forma que Spielberg lida com os tais “monstros”. Aqui, o predador marinho é, sim, um grande vilão, mas, simultaneamente, há um maior: o prefeito Vaughn (Murray Hamilton) que, negando o perigo, mantém as praias abertas e, com isso, autoriza — na prática — uma chacina.

1. A Lista de Schindler

A lista de Schindler | Netflix

Spielberg é judeu e seus pensamentos religiosos sempre estiveram em suas obras, por mais que em caráter implícito — até mesmo o monólogo do Optimus Prime em Transformers (filme do qual, como dito, ele é produtor executivo) revela um pouco disso. A Lista de Schindler é, portanto, o seu filme mais pessoal, no qual ele se utiliza do conhecimento e da experiência gigantes adquiridos durante mais de três décadas de carreira para alimentar um filme que é sensível e, ao mesmo tempo, duro.

A Lista de Schindler constrói informações sobre o Holocausto, mas não o explica. Isso porque, para o trabalho de Spielberg, é inexplicável como um genocídio como tal foi praticado. Acontece que o filme, a partir dessa sensação, também está alcançando uma relação extrafilme, visto que a prática do genocídio é, infelizmente e dolorosamente, um lugar-comum na história humana.

Com esse filme, Spielberg une a força do cinema com a necessidade de mudanças. Dada a dureza das três horas e 15 minutos de duração, não dá para dizer que o diretor esperançoso está no comando a todo momento, mas sua direção é sensível e parece buscar caminhos.

Bônus: O Terminal

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Tantos filmes poderiam estar na lista; outros poderiam figurar aqui como menções honrosas, mas estamos trazendo O Terminal, de 2004, como uma sugestão para quem não o assistiu e por ser um dos filmes menos conhecidos de Spielberg. Na história, novamente protagonizada por Tom Hanks (a terceira das cinco parcerias), um turista (Hanks) encontra-se preso em um aeroporto e deve fixar residência temporária lá.

É um filme divertido, cheio de carinho, romântico pela interpretação de Hanks; com uma condução leve, muito próxima e dinâmica de Spielberg e que pode merecer um lugarzinho no coração dos fãs do diretor.

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