Crítica: ”Cazuza – Pro dia nascer feliz”

A peça, baseada no livro ”Cazuza – Só as mães são felizes”, de Lucinha Araújo, reconta diversos momentos da vida do cantor Cazuza: o menino amoroso e criativo, mas que descobriu o gosto pela bebida e pelas drogas muito cedo; o começo no teatro, o gosto pelo rock, o momento em que resolve cantar, o sucesso, os dias ruins, a descoberta do grande amor, as brigas, a carreira solo e a descoberta da AIDS. Cazuza morreu aos 32 anos em 1990.

Ainda no primeiro ato é mostrada sua grande amizade com Ezequiel Neves, que além de deu “descobridor”, teve um papel importante como produtor de outros artistas como Cássia Eller e Ângela Ro Ro. Neves foi co-autor de alguns dos maiores sucessos de Cazuza, como “Exagerado”, “Codinome Beija-Flor”, “Burguesia” e “Por Que a Gente É Assim”. Faleceu em 2010, aos 74 anos.

O musical reúne alguns dos maiores clássicos do cantor, como “Pro Dia Nascer Feliz” e “Codinome Beija Flor”. Estão também presentes no roteiro os hits ‘Bete Balanço’, ‘Ideologia’, ‘O Tempo não para’, ‘Exagerado’, ‘Brasil’, ‘Preciso dizer que te amo’ e ‘Faz parte do meu show’, além de reservar espaço para composições de Cazuza que ele nunca chegou a gravar, como ‘Malandragem’ e ‘Mais Feliz’.

De alto nível, a produção só peca em mostrar pouco a relação do poeta com os membros do Barão Vermelho. Os pais também só ganham destaque mais pro final, após a descoberta da doença e das inúmeras viagens para os Estados Unidos. ”Cazuza – Pro dia nascer feliz” encanta e dá saudade do poeta exagerado, mas de um jeito bom.

 

Cotação: Muito bom