Crítica: “Lupin” [temporadas 1 e 2]

Um dos sucessos recentes da Netflix, a série francesa Lupin tem a seu favor uma história policial de fundo muito bem engendrada, pontuada por momentos loucos e impressionantes.
Mas o grande trunfo da produção, sem dúvida, é seu protagonista, Omar Sy. Depois do enorme sucesso no drama Intocáveis (2011), Omar é uma combinação potente de carisma e talento.

E carisma é uma das principais peças-chave de Assane Diop, personagem da série e que se inspira em Arsène Lupin, o mestre dos disfarces dos livros de Maurice Leblanc, para dar seus golpes. É que Assane, assim como o personagem literário, é um ladrão cavalheiro, gentil. Não usa armas, usa a inteligência e assim cria cenas convincentes para envolver as vítimas. Com suas mil e uma identidades e sem encostar em um fio de cabelo delas, Assane consegue tudo o que quer e suas missões são sempre certeiras.

A série começa de noite, no Louvre. Disfarçado de faxineiro, Assane tem acesso ao museu como funcionário, para entender a dinâmica de segurança em torno de um colar valioso que está em exposição e vai a leilão. Mas não se trata de qualquer colar: no passado, o pai de Assane foi acusado de seu roubo, quando trabalhava na casa da poderosa família Pellegrini, dona dessa preciosidade. O pai foi preso injustamente e morreu na prisão. Na época do roubo, o adolescente Assane tinha apenas 14 anos, morava só com o pai, imigrante do Senegal, em Paris e se viu sozinho no mundo. Não conseguiu provar sua inocência. Apegou-se ao livro que o pai tinha dado a ele, protagonizado por Lupin, e forjou sua persona tal qual o célebre ‘ladrão de casaca’.

Essa jornada o leva, enfim, ao Louvre – e ao seu plano de vingança, que ele precisa cumprir, custe o que custar. Ele promete à sua amada Claire, com quem tem um filho adolescente, Raoul, que aquele será seu último golpe. Pois é: Assane, apesar de tudo, é um homem de família, da forma nada convencional dele.
Já na segunda temporada, ele continua seguindo seu plano e conta com a ajuda da jornalista Fabianne e seu grande amigo Benjamin ganha mais destaque na trama. É interessante também notar a dinâmica de gato e rato entre Assane e o policial Guedira.
Com trama bem amarrada e elenco competente, ”Lupin” é a série que você não pode deixar de assistir.

Cotação: Muito bom