Nem toda história acaba no “felizes para sempre” nem começa no “era uma vez”. Publicado em 1995 pelo americano Gregory Maguire, o livro Wicked imagina o que teria ocorrido nos tempos anteriores e posteriores a uma das tramas mais famosas do cinema e da literatura, O Mágico de Oz. Antes de Dorothy, munida de seus brilhantes sapatinhos vermelhos e do cachorro Totó, entrar em cena, Elphaba, que se tornaria a bruxa má, e Glinda, a feiticeira boa, se odiaram e se amaram na Terra de Oz.
Focado na ideia de aceitar o diferente, o enredo virou best-seller e musical na Broadway, visto por 48 milhões de pessoas e responsável por um faturamento de quase 4 bilhões (sim, bilhões) de dólares. Os brasileiros que visitaram Nova York e não conseguiram um dos disputados ingressos para o espetáculo há doze anos em cartaz não precisam se lamentar. A peça teatral, exportada para outros dez países, como México e Japão, desembarca em São Paulo na sexta (4), no Teatro Renault, na Bela Vista, com temporada até 31 de julho, mas boa chance de se estender.
Wicked chega à cidade junto de uma leva de outros espetáculos do gênero que virão nos próximos meses. São pelo menos mais dez. Em agosto, uma montagem de Jorge Takla para o clássico My Fair Lady ocupa o Teatro Santander. Ganhador do Tony Award e celebrado na Broadway, o paulistano Paulo Szot assume o protagonista, o professor Henry Higgins. Outro destaque é Cinderella, com bastidores que renderiam, aliás, um ótimo dramalhão.
O diretor original, Ernesto Piccolo, deixou o trabalho após quase dois meses, com direito a texto zangado no Facebook (“Show de incompetência”, provocou). Foi substituído por Ulysses Cruz, que logo pediu demissão (levando junto Cassia Kis, antes no papel da madrasta) e entregou o comando à dupla Charles Möeller e Claudio Botelho. Sobrou pouco mais de um mês para a dupla se arranjar e terminar a peça. “Não há mal-estar, o clima está ótimo”, garante Möeller. “É uma corrida olímpica de tiro curto, mas vai dar tudo certo.”
› Wicked. Teatro Renault (1530 lugares). Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 411, Bela Vista, tel. 4003-5588. Quinta e sexta, 21h; sábado, 16h e 21h; domingo, 15h e 20h. R$ 50,00 a R$ 280,00. Bilheteria: 12h/20h (seg. a qua.); a partir das 12h (qui. a dom.). TF. Até 31 de julho.