“Opressão é invisível”, diz diretora do longa “Como Nossos Pais”

Num um almoço de família, Rosa, personagem interpretada por Maria Ribeiro em “Como Nossos Pais”, tem uma revelação que desencadeia uma profunda crise existencial. É assim que começa o novo filme de Laís Bodansky, em cartaz, e que fala sobre os dilemas da mulher contemporânea. Filha de um artista e uma intelectual, Rosa é uma jornalista casada com um ambientalista. Está, em tese, na esfera social onde a conquista pela equidade de gênero é mais consolidada.
Mas Rosa não é livre e, ao longo do filme, reflete sobre sua condição. É o primeiro longa escrito e dirigido por Laís.

 

Qual foi a inspiração para o filme?
Um desejo de falar sobre a minha geração e o momento em que a mulher tem filhos e os pais vivos. Mas, mais do que isso, queria falar sobre a relação entre as mulheres. A gente não está acostumado a falar sobre a relação da filha com a mãe na mesa do bar, embora fale da relação delas com o pai ou com os filhos. E a relação entre mulheres é ainda mais difícil quando mistura gerações.

Laís Bodansky (Foto: Jonas Tucci / Editora Globo)

A história se passa na vida de uma mulher com um marido “legal”, uma família “moderna”. Quais são os novos dilemas femininos dessa era em sua opinião?
A ideia de colocar a situação da mulher contemporânea com uma família moderna é que, mesmo com pessoas esclarecidas, a situação da mulher é desigual. Na verdade, a diferença de papéis ainda está presente em todas as classes sociais, dentro da família, no trabalho. A opressão é invisível. As mulheres estão conseguindo fazer um diagnóstico e perceber. Mas uma coisa é fazer o diagnóstico e outra é mudar. Espero que “Como Nossos Pais” contribua para essa reflexão. Essa coragem de dizer que não está bom é muito importante e é um passo que a protagonista consegue dar. Aprendi muito com ela.

 

 

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