Crítica: ”A Iluminada”

Sozinha no palco, a atriz e comediante Heloísa Périssé leva o público para o universo da palestra quântica motivacional. Em cena ela vira Tia Doro, uma palestrante descontraída e que através de bordões (”Fizemos um laço!”) e diversas histórias divertidas, nos faz rir e chorar.

Recuperada de um câncer, durante a pandemia Heloísa teve tempo para refletir e criar o novo espetáculo. Foi então que surgiu a “metáfora do ânus”, que está presente na comédia.
Em entrevista, ela revelou: “Foi o momento de ir no cu para sofrer a transformação. Porque é ele quem rege o medo, né? Deu ruim, você fecha aquilo e não passa nem wi-fi . Soltei o freio de mão e fui no fundo do poço”.

Tia Doro vem de uma família esquisita e teve que superar muitos desafios para conseguir sobreviver. Com um histórico de bullying não só na escola, como em relacionamentos, ela criou sua própria teoria, e agora cruza o Brasil ensinando aos seus milhares de fãs como achar a cama elástica no fundo seu poço.

Muito engraçada e afiada, Heloísa passa 1 hora em cima do palco sem perder o ritmo e em alguns momentos conversando com a plateia, numa interação leve. Ela está muito bem no papel de Tia Doro, que é realmente iluminada e traz boas reflexões para os dias de hoje.

Cotação: Muito bom