O animal cordial

Inácio (Murilo Benício, ótimo) tem um restaurante em São Paulo. A crise chegou e seu faturamento caiu. Agora, novas circunstâncias causam atritos entre Inácio e seus ajudantes. Numa noite, um casal chega ao estabelecimento 15 minutos antes de a cozinha fechar.

Inácio, cordial com os clientes e rude com os funcionários, em poucos gestos dá pistas de que se sente pressionado e está ansioso com a visita de um famoso crítico gastronômico, amigo de sua mulher, que fará uma visita ao restaurante nos próximos dias. Tudo precisa estar perfeito para a ocasião.

Antes da noite acabar acontece o pior: um assalto ao restaurante. Estão também no local o cozinheiro Dejair (Irandhir Santos), da garçonete Sara (Luciana Paes) e o policial aposentado (Ernani Moraes). A tensão que se constrói a partir daí é crescente. O medo, os olhares, os diálogos, tudo é denso.
O filme tem roteiro primoroso e é impossível piscar enquanto a ação acontece na tela. O filme mistura o terror do dia a dia com uma crítica social forte, algo raro de ver no cinema nacional.
A direção fica por conta de Gabriela Amaral Almeida, cineasta a ser observada de perto nos próximos anos.

 

Cotação: Bom