Uma nova chance

Misture na mesma panela: uma atriz mediana, uma cidade grande, a trama de ”Cinderela” e um roteiro que tenta fazer milagres com pouco. Leve ao fogo e misture por 103 minutos. Deixa esfriar. Em ”Uma nova chance” Jennifer Lopez aposta numa trama fraca para tentar retomar sua carreira no cinema.

No longa, ela interpreta uma Maya, uma vendedora humilde de Nova York que não aguenta mais ser explorada pelo chefe e sonha em ser alguém na vida. Como não fez faculdade, ela sabe que suas chances são mínimas. Desse modo, com a ajuda de uma ”fada madrinha”, do dia pra noite ela ganha um currículo super elaborado e é logo chamada para uma entrevista.
Do nada, a moça é alçada ao topo de uma empresa. E mais do nada ainda, aquele lance do destino, que deveria premiar os esforçados, acontece pra ela. Tudo se encaixa e Maya vai levando a vida dupla enquanto dá, mas aos poucos a insegurança faz com que seu segredo esteja ameaçado.

É incrível como, num mundo super conectado, ninguém desconfia de sua origem. Todos aceitam seus diplomas, os cursos que diz que fez, não existe nenhuma tentativa do RH de entrar em contato com seus antigos empregadores. Ao longo da trama, a personagem enfrenta alguns ”inimigos”, que não são páreos para sua esperteza de trabalhadora braçal, claro. O filme se apoia em fracas tentativas de humor, que fica a cargo da equipe de ”nerds” que ela comanda na empresa.

Conhecida pelos romances ”A sogra” e ”Encontro de amor”, que são bonitinhos e previsíveis, Jennifer construiu uma carreira como cantora pop e fez milhões de dólares entrarem em sua conta nos últimos 20 anos. Bonita, bem cuidada, a atriz de 50 anos não precisava disso.
”Uma nova chance” é uma escorregada em sua carreira, sem a menor necessidade. Uma pena.

 

Cotação: Regular