Transcendence

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Johnny Depp já foi sinônimo de boa bilheteria. Nos início dos anos 90, quando brilhou nos excelentes ”Cry Baby”, ”Ed Wood” e ”Edward Mãos de Tesoura”, o ator era tido como jovem promessa hollywoodiana, mesmo com seu jeito excêntrico, atitudes de bad boy (quem não se lembra de seus problemas com bebidas alcoólicas?) e relacionamentos conturbados.

O tempo passou, Depp cresceu e se meteu em projetos estranhos, como ”Profissão de Risco” e ”Do Inferno”, e apenas em 2003 encontrou redenção como o excelente Jack Sparrow, de ”Piratas do Caribe”. O pirata, sem dúvida o ponto alto de sua carreira, parece que não saiu dele até hoje, e o espectador tem certeza disse ao assistir ao seu novo longa, o fraco ”Transcendence”.

Na trama, o ator interpreta Will Caster, um cientista que pretende criar a primeira inteligência artificial consciente. Ele se torna alvo de um grupo de extremistas que são contra o avanço da tecnologia e, num atentado, é envenenado. Antes de morrer, ele faz com que sua esposa, Evelyn (a linda Rebecca Hall, de ”Vicky Cristina Barcelona”), transfira sua mente para um computador. Will, então, se torna cobaia de seu próprio experimento.

Com a ajuda de seu amigo Max (Paul Bettany), Evelyn cria uma super máquina que cura pessoas doentes e as torna superpoderosas, fortes, rápidas, porém apáticas. O filme, então, começa a ganhar ares de suspense, quando Will começa a querer controlar Evelyn de um modo tão esquisito que chega a incomodar. O personagem, além de parecer não perceber que morreu e virou um computador, parece o pirata Jack Sparrow com óculos de grau, falando enrolado e não chegando a lugar nenhum.
O filme, que tenta mostrar ”o lado ruim da tecnologia”, é fraco e se arrasta, numa trama que não gera empatia, mas sim desprezo, durante tristes 119 minutos. Fica claro para o espectador o sofrimento de Evelyn, que é atormentada por Will durante grande parte da trama. Morgan Freeman, que poderia salvar o filme, aparece pouco, o que é lamentável. O thriller futurista se perde em si mesmo, e ”Transcendence”, assim como os últimos trabalhos de Depp, é um filme para ser esquecido.

 

Cotação: Ruim